Livros e cinema lideram lista de gastos do benefício
O consumo dos brasileiros inscritos no vale-cultura segue um padrão que vem se perpetuando desde os primeiros anos de funcionamento do programa, instituído por meio de uma lei de 2012. A compra de livros, jornais e revistas se mantém no topo da lista de demanda e corresponde a 65% dos gastos viabilizados pelo recurso. Em segundo lugar figura a fruição de cinema, com 23%. Para o economista Gustavo Souza Fernandes, que analisou o tema em dissertação de mestrado defendida na UFMG, esses dados podem refletir algumas das limitações percebidas em torno do projeto.
“Uma delas está relacionada à ausência de conhecimento de onde pode-se utilizar o benefício. Eu já vi vários estabelecimentos anunciando que aceitam o vale, mas falta às pessoas informação sobre esses espaços e, inclusive, sobre o fato de que elas podem acumular os R$ 50 recebidos mensalmente para gastar depois em produtos um pouco mais caros”, diz Fernandes.
Marcelo Oliveira, engenheiro florestal, conta que entre 2015 e 2016, quando recebeu o vale-cultura, concentrou os investimentos na aquisição de livros. Porém, Oliveira revela que agiu dessa maneira mais por falta de opção. “Inevitavelmente, eu fui obrigado a usar o benefício 90% das vezes na compra de livros, o que gosto bastante, mas tenho uma vida cultural bastante ativa. Vou muito ao teatro, praticamente toda semana, mas a maioria dos estabelecimentos de Belo Horizonte não aceitavam o vale”, conta o engenheiro.
Apesar dessa questão, ele reforça a pertinência da iniciativa. “Eu acho que é um programa a se melhorar, principalmente em relação a essas limitações. Mas só o fato de ser um incentivo, que no meu caso acabou sendo voltado quase exclusivamente para o consumo dos livros, eu acho que é algo ótimo”, completa ele.
Pedro Patrício Moureira Lacerda, consultor de mercado, afirma que usa o vale-cultura especialmente para ir ao cinema. Ele diz que direciona o benefício para esta área por uma questão de gosto, mas também de praticidade. “Já ouvi relatos de amigos que vão a algumas lojas e elas variam em relação ao que você pode comprar com o vale-cultura. Isso acontece muito com os jogos, porque há essa discussão se eles são ou não cultura. Outras vezes, também algumas lojas pedem um cadastro online, então eu acabo preferindo evitar todas essas etapas e vou logo ao cinema”, diz.
Sâmara Vieira, analista de recursos humanos, também divide o vale entre a sala de cinema e a livraria. “Eu gosto de comprar alguns livros que são úteis para o meu desenvolvimento profissional”, relata ela.
A bancária Renata Lúcia Santos de Souza, por sua vez, opta por gastar o bônus no cinema e, ao comentar sobre a iniciativa, ressalta que é importante sua permanência. “É muito bom você poder contar com um recurso para ir ao cinema, ao teatro. Esses R$ 50 também são a única coisa que não tem nenhum desconto em folha para pagar algum tipo de imposto, então esse é realmente um benefício que é muito válido e todo mundo deveria ter”, defende ela.
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