Desde o início deste ano, montadoras e veículos de comunicação, nominalmente as revistas especializadas e os sites dedicados ao mundo motor, tentam convencer o consumidor que o setor automotivo brasileiro iniciou um período de recuperação e que, no fechamento deste ano, as vendas devem crescer em relação a 2016.

Bom, para além dos números decepcionantes deste primeiro trimestre, números do Banco Central mostram queda de 13% na concessão de crédito para aquisição de veículos. Comparada ao recuo do mercado, a retração no crédito é duas vezes maior.

A única boa notícia em relação a este encolhimento é que, enquanto o prazo médio dos financiamentos segue estabilizado em 42 meses, a taxa média de juros, que era de 27,6% ao ano no mesmo período de 2016, caiu dois pontos percentuais para 25,7% ao ano. Ou seja, com a queda na demanda, os bancos e financeiras foram obrigados a baixar suas margens, na hora de “vender” o dinheiro para o incauto.

De qualquer forma, é bom levar em contar que, com os números atuais, o brasileiro anda pagando o dobro do valor contratado no financiamento, ao fim de quatro anos. Já a inadimplência, que mede atrasos acima de 90 dias, subiu de 4,3% para 4,7%.

 

*Amirt