04/04/2017 - 9:33:08

Minas Gerais registra 11 vítimas do Aedes por hora em 2017

Mosquito Aedes aegypti é o transmissor da dengue, febre chikungunya e zika vírus Mosquito Aedes aegypti é o transmissor da dengue, febre chikungunya e zika vírus

A cada hora, onze pessoas procuraram atendimento médico com sintomas de dengue, zika e chikungunya no primeiro trimestre deste ano em Minas Gerais. Foram 22.928 vítimas do mosquito Aedes aegypti, transmissor dessas doenças, que poderá se multiplicar ainda mais em abril, graças ao clima propício e a enorme quantidade de criadouros, como pontos com água parada e lixo acumulado.

Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e mostram a realidade entre 1º de janeiro e 27 de março. Apenas de dengue foram 17.706 casos prováveis, 4.852 de chikungunya e outros 370 de zika nesse período – cerca de 267 notificações das enfermidades a cada dia.

Os números já acendem um alerta, mas tendem a ficar ainda maiores. “Final de março e todo o mês de abril são, normalmente, períodos em que aumentam os focos do mosquito. Difícil dizer um motivo exato, mas pode ser devido ao fato de ainda ser uma época com chuvas e temperaturas elevadas”, afirma o coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em Dengue, Mauro Martins Teixeira, que também é professor do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG.

O pior é que, assim como os criadouros crescem, o risco de contaminação das pessoas pelas doenças transmitidas pelo Aedes também. No ano passado, abril teve 125.482 casos suspeitos das três enfermidades. A dengue liderou naquele mês, com 123.175 notificações.

Para evitar que números tão altos se repitam, existe um esforço maior no combate ao mosquito por parte do governo do Estado. Tanto que o investimento nas ações contra o vetor deverá ser 9,42% superior ao aplicado no ano passado. Há uma previsão de gasto da ordem de R$ 41,95 milhões para isso, contra R$ 38,33 milhões em 2016. Outros R$ 47,6 milhões serão direcionados para emergências em saúde, somando R$ 89 milhões.

Mas há necessidade de envolvimento da população. “É importantíssimo que haja um engajamento nas ações de eliminação dos criadouros. São dez minutinhos para olhar o acúmulo de água nos ralos, vasinhos de flores e caixa d’água que vão salvar vidas”, afirma a superintendente de Vigilância Epidemiológica da SES-MG, Deise Aparecida dos Santos.

 

*Hoje em Dia