Produção de café aumenta 13 vezes em quase 50 anos no Sul de Minas
O Sul de Minas é responsável atualmente por cerca de 30% da produção de café do Brasil, o maior produtor do mundo. No entanto, nem sempre a região teve tanto destaque na produção cafeeira. O controle de doenças, como a ferrugem e um plano com foco em produtividade fizeram a região aumentar sua participação na produção nacional, de 1,2 milhão de sacas, na década de 1970, para 16,3 milhões no ano passado, junto com a região Centro-Oeste, conforme números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Segundo o engenheiro agrônomo pesquisador da Fundação Pró-café, José Bráz Matiello, o café teve forte expansão no Sul de Minas a partir do início da década de 1970, se desenvolvendo a partir de ações de crédito e de assistência técnica, através do Plano Nacional de Renovação e Revigoramento de Cafezais, executado durante a década até o início de 1980.
Naquele tempo, o parque cafeeiro da região compreendia apenas cerca de 100 mil hectares, com uma produção anual média de cerca de 1,2 milhão de sacas.
“Nessa época ocorreu a temida doença – a ferrugem do cafeeiro – constatada pela primeira vez no Brasil, em janeiro de 1970 e logo chegou ao Sul de Minas Gerais, já em 1971. Temia-se pela dizimação da lavoura cafeeira, como contava a história de fatos ocorridos em outros países, no passado”, conta Matiello.
A partir disso, segundo o pesquisador, houve um zoneamento da cafeicultura e foi feito um plano para novos plantios. O que se procurava era fomentar novas variedades, ter espaçamentos mais adequados, para favorecer o controle da ferrugem e implantar cafezais mais produtivos, que suportassem, economicamente, os custos adicionais de controle químico da doença.
O surgimento de novas áreas para o cultivo do café e a expansão da mecanização também contribuíram para o aumento da produção. Esse período de crescimento, no entanto, viveu pequenos períodos críticos, como em 1989, quando a os preços caíram para cerca de US$ 40 a saca, devido à extinção das cláusulas econômicas do Acordo Internacional do Café. Períodos de geada também prejudicaram o cultivo, mas a cultura conseguiu retomar o fôlego nos anos seguintes.
“Atualmente a cafeicultura do Sul de Minas conta com uma área de cerca de 642 mil hectares de lavouras, da qual cerca de 22% ainda está em fase de formação. A média das safras atuais se situa em cerca de 15 milhões de sacas/ano, podendo crescer, ainda, com a entrada em produção dos cafeeiros novos, cujo plantio vem sendo feito anualmente, em função da fase favorável de preços, verificada nos últimos anos”, conclui o pesquisador.
Fonte: G1 – Sul de Minas
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